terça-feira, 12 de julho de 2011

212º

Só eu sei o quanto estou farta desta casa... Desta família. Não vejo a hora de sair daqui, ter a minha casa, a minha privacidade, a minha independência mas principalmente a minha paz. Mas... Sinto-me demasiado cobarde para dar esse passo a curto prazo. Mas preciso. Já não é uma questão de querer, é mais que isso, é uma necessidade... De conseguir respirar. De acordar e sair de casa sem uma discussão, de chegar a casa cansada depois de um dia de trabalho e puder ter um pouco de silêncio (em vez dos habituais berros e discussões), de saber que as minhas coisas são minhas e por isso não devem ser remexidas e vasculhadas sempre que há oportunidade. Estou farta desta casa. Estou farta desta família, que eu não escolhi. Da família talvez não. Mas a minha mãe? Juro por tudo que já não a aguento. E saber que no fim do dia iria para a minha casa e não ter que dar de caras com ela seria o meu sonho realidade. Por muito feio que isto possa soar: Eu não consigo gostar da minha mãe. Não que tenha tentado, mas em 24 anos aprendi que se até agora não gostei, duvido que algum dia o consiga sentir... Talvez quando sair daqui... Talvez. Mas duvido.

7 comentários:

um quarto para duas disse...

Eu percebo-te. Não tenho uma péssima relação com os meus pais, mas também sinto a necessidade de ter um espaço meu, as minhas coisas e o meu silencio e descanso.
Tenta manter a calma, respirar fundo e tentar ao máximo viver a tua vida.
Ah e ninguém é obrigado a gostar da mãe ou do pai. Isso do amor incondicional não funciona bem como dizem. Só gostamos das pessoas, quer sejam família, amigos ou conhecidos, se elas nos tratarem bem e nos respeitarem. Se isso não acontece então porque havemos nós de gostar delas?
Beijinhos e força. Vais ver que tudo se resolve e que um dia, quando tiveres na tua casinha, ainda te vais rir disto tudo!

Maria disse...

Compreendi-te na perfeição!

Se precisares de algo, diz-me... Beijinho grande!
Força!

Maria.

Filip@ disse...

Filipa (ou Rita): Não acredito que me vá rir do tempo que passei aqui mas quando tiver o meu cantinho tenho a certeza que me vou lembrar de comentários como os teus. Obrigada pela força. Um beijinho.

Filip@ disse...

Maria, só quem passa pelas coisas é que percebe na perfeição por isso agradeço e retribuo o carinho :) *

Sofia disse...

Quando te li, perguntei a mim mesma como é possível que alguém tenha traduzido tão fielmente aquilo que sinto, aquilo que vivo diariamente... Conheço esse sufoco, essa quase ausência de vida propriamente dita numa casa que não sentimos como nossa. Coragem! (exortação que serve para mim também...)

Filip@ disse...

Sofia, não deixa de ser um bocadinho reconfortante saber que algures existe alguém que nos entende na perfeição. Um beijinho*

Filipa disse...

A familia nao se escolhe mas os amigos sim... Acredita que esses nunca te vao abandonar. Nunca passei por nada parecido. Mas entendo o sufoco que passas.

Um grande beijinho e abraço. e Acredito que um dia vais realiazir esse desejo. Força.

e ja agora felicidades pras meninas =D